Património

Arquitetónico

Palheiros

Os palheiros constituem formas tradicionais de habitação de madeira, de planta retangular assentes em estacaria e cobertos, nos primeiros tempos, por estorno. Possuíam, muitas vezes, um alpendre que antecedia a entrada na casa. 

 Os pescadores construíram-nos com os materiais que tinham ao seu dispor. Ali guardavam igualmente parte do seu equipamento. Muitas destas estruturas palafíticas nasceriam junto aos areais de Esmoriz, porém desconhecem-se as origens cronológicas da sua implementação, as quais podem ser bastante antigas.  

Sabemos sim que, no século XIX, os palheiros já possuíam uma forte expressão em Esmoriz. No ano de 1854, surge a primeira menção de licença conhecida para a sua construção em Esmoriz. No entanto, novos palheiros clandestinos surgem, e a Câmara Municipal da Feira (à qual pertencia Esmoriz na altura) deliberou, em 1868, para que o juiz eleito de Esmoriz intimasse os respetivos donos a destruí-los. No final do século XIX, o número de palheiros existentes em Esmoriz aumenta consideravelmente, já que a praia era bastante procurada pelos banhistas.  

No início do século XX, nasceriam outras construções inerentes a esta tipologia, contudo a tradição acabaria por ficar ameaçada ainda no decurso do século passado. Os palheiros de madeira começaram a ser substituídos por casas modernas de pedra e cal. De acordo com as informações da Direção Geral do Património Cultural, nos princípios do século XXI, sobram agora apenas oito palheiros em Esmoriz (a maior parte situada a nascente da antiga e já “extinta” Praia Velha) e quatro em Cortegaça.

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